quarta-feira, 12 de maio de 2010

Conquistas de criança

Depois que crescemos nos tornamos exigentes "prá caramba" em relação a nós mesmos, não valorizamos nossas habilidades e sempre estamos atrás da perfeição. Nos esquecemos das maiores conquistas de nossas vidas, os primeiros passos, segurar uma colher sozinho e acertar o alvo (a boca) sem derramar, alcançar o trinco da porta ...


Pois me dei conta de tudo isso ao vivenciar momentos mágicos estes últimos dias com meu filho Ramon que vai fazer 5 anos em julho. Prá começar, dia 02.05 ele andou de bicicleta sem as rodinhas de apoio. Que vitória! Puro equilíbrio. Alguns vai-e-vem, uma queda e outra, mas foi um pedalar confiante.

Já há alguns dias vinha me pedindo para mostrar como escrever o nome dele. Ontem, após o jantar, perguntou: "Mãe, escreve meu nome". Escrevi numa página no gibi da Mônica e ele copiou direitinho. Nossa, o coração bateu forte, eu não conseguia deixar de olhar para o rostinho dele com muita admiração. Perguntei por que ele queria escrever seu nome e me respondeu: "Por que eu quero escrever meu nome nos desenhos que faço na escola e não mais a professora". Pediu-me uma folha em branco, fez um desenho e tal qual a professora escreve, lá, no mesmo cantinho, foi ele desenhar o nome .... esqueceu do A, mas tudo bem, fez de cabeça, sem colar.

Na escola, os desenhos mostram o impressionante desenvolvimento. Na semana passada, riscos e rabiscos, alguns círculos para desenhar uma tartaruga. Agora ele já constrói uma linda paisagem, com uma linda araucária, nuvens, chuva, arco-íris e muitos detalhes.




E para completar a semana, se é que ainda temos dois dias pela frente e muita coisa pode acontecer, hoje de manhã na aula de natação o vi dando as primeiras braçadas de nado crawl. Já mergulha como um golfinho e está cada dia mais confiante dentro da água. Falta pouco para ser um campeão.



Comentários de uma mamãe mais do que coruja, mas tudo bem. Para os grandinhos que estão lendo, se o exemplo deste garotão servir de um despertar para o simples e para o belo, já estou satisfeita, por que para mim, foi uma lição. Não precisa ficar perfeito e não preciso saber de tudo, é preciso tentar.


Com carinho,


Angelita L. Walter

3 comentários:

ruas e avenidas disse...

Fico aqui pensando com os meus botões que os exemplos para um mundo melhor são sempre de pessoas quase fora da nossa realidade. É o Cristo, o Buda, o apóstolo, o impar que virou par. Tenho brigado muito que o caminho do bem está nessa balada simples, nesse ato cotidiano, nessa via transversal. Nada mais bonito que a mãe amar seu filho. Nada mais iluminado que o filho obter e ser reconhecido como campeão por pequenas vitórias. O momento é sagrado. Só é sagrado o que não se apaga.
beijos

Angelita Walter disse...

E assim é a solidariedade.
Sábado, dia 15.05 aconteceu o Dia da Solidariedade em Porto Alegre. Estacionei o carro e saí carregando uma caixa de livros e uma sacola de roupas que iria doar. Lá estava eu tentando segurar tudo, na maior dificuldade foi quando uma "viva" alma atrás de mim disse: "queres uma ajuda!" Ufa, que alívio.

Nos dirigíamos para o mesmo lado, aliás, para o mesmo destino. Na conversa, além do muito obrigado, detectamos que isso não é normal, raros os que ajudam os outros e os que por vezes tentam, recebem olhares assustados.

Lembramos de uma cena que certamente já aconteceu com muitos: vc chegando em casa, cheio de sacolas, tentando abrir a porta de casa ou entrando num estabelecimento... as pessoas por ali sentadas, observam, observam e não tem a dignidade de levantar e ajudar quem precisa de uma mãozinha.

Então me diga, do que adianta pensar em fazer coisas grandiosas, elevadas para se dizer solidário ou voluntário, se não praticamos nas pequenas coisas do dia-a-dia.

Beijos. Obrigado pelo comentário.

Anônimo disse...

Como reaprendemos com nossos filhos, e impressionante como nada faz com que eles desistam, sempre cheios de coragem.
Beijos
Vanessa